Inclusão Social

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Sunday, November 05, 2006

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO V

Profa.Profa. Dra. Lucia Ghiringhello
Síntese da aula de 30.10.06


BOSA, C e CALLIAS,M. Autismo: breve revisão de diferentes abordagens. Psicologia Reflexão Crit. Vol. 13. n.1. Porto Alegre, 2000.
KLIN, A. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Rev. Bras. Psiquiatria. 2006;28 (Supl I): S3 11

Na primeira parte da aula, foi retomado o assunto sobre autismo e síndrome de Asperger. Um grupo apresentou cenas do filme “Loucos de Amor” para ilustrar algumas das características da pessoa com Síndrome de Asperger:
· Fixação extrema por um tema de interesse.
· Dificuldade de relacionamento interpessoal.
· Fazer contas para se acalmar.
· Eles trabalham no concreto.
· São capazes de falar de si próprios.
· Pouca adaptabilidade às mudanças no ambiente.
· Hiper-sensibilidade ao som.
· Afetividade: é como se fosse estrangeiro no país de alguém.

Na segunda parte, foram apresentadas três afirmações para serem discutidas entre os grupos, a saber:

1ª proposta: “Não há nenhuma criança normal escondida por trás do autismo” (Jim Sinclair);

2ª proposta: Diversidade neurológica – “Assim como não há uma cor da pela “certa”,
também, não há um modo certo de pensar”.

3ª proposta: Caso “Sheila” – durante oito anos, mãe buscou vários recursos para verificar o
diagnóstico. Diagnóstico extraído do livro Portas Entreabertas.

Resumo das discussões pelos grupos:

1ª : O autismo é definido como uma síndrome (conjunto de sintomas) que pode ser observado na primeira infância, caracterizado por desvios:
- dificuldade de se comunicar;
- dificuldade no relacionamento interpessoal;
- inflexibilidade em várias áreas do pensamento, linguagem e comportamento.
As causas do autismo ainda são discutíveis, podendo ser genético, distúrbio orgânico e relacional.
Diante desse quadro, a sociedade tem dificuldade em visualizar a síndrome como o jeito de ser, não desvinculando a pessoa que existe.
Segundo Jim Sinclair, o autismo é uma vivência peculiar que engloba toda a existência do sujeito. O artigo de Jim é uma declaração, uma reivindicação da aceitação de seu modo de ser. Não sendo visto como um alguém que precisa de ajuda e amparo, no sentido de lamentação: “Não chore por nós. Estamos vivos”.
O que precisa ser elaborado é o luto da criança imaginada idealmente pelos pais. Esse luto não acompanha a morte simbólica do filho com autismo. O que eles querem é serem aceitos como são, com suas diferenças e peculiaridades, tendo alguém que esteja disposto a acessar seu mundo, sua linguagem – o que representa um grande desafio.

2ª - O texto apresenta algumas organizações que lidam diretamente com a questão da pessoa com autismo. Algumas delas defendem a busca pela cura, outras propõem a aceitação do outro como ele é, alegando que medicações podem “apagar” a subjetividade da pessoa autista.
O grupo não consegue assumir uma posição, pois, embora aceite a idéia da diversidade, não pode deixar de lado as questões sociais e perceber que a sociedade não está preparada para essa aceitação.
Pensar a diversidade é pensar numa história constituída e a quebra não está focada somente no autismo, mas em diversos setores.

3ª - Os grupos que analisaram o caso “Sheila” acreditam que a menina apresenta características autistas evidenciadas por altos níveis de comprometimento em: relacionamentos sociais, na linguagem, comunicação, aprendizado, reconhecimento de si mesma, dificuldade de reconhecer o outro na sua existência. Nas atividades com materiais concretos, houve uma melhora dentro dos limites esperados, porém em suas produções perceberam-se alterações da realidade.
Ela passou por diversos profissionais da área da saúde, os quais diagnosticaram déficit em relação às crianças do seu grupo etário, considerada como limítrofe em termos motores, intelectuais e afetivos.
Suas limitações foram diagnosticadas antes dos 18 meses de idade e posteriormente ocorreu a continuidade de sintomas, evidenciando-se o autismo da criança.

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